Leandro Seribelli

experimentando poesia

Perfil
- professor e talvez poeta, se poeta menor eu for, perdoai! (manuel bandeira) sou formado em letras pela pontifícia universidade católica de são paulo.

- comecei a escrever inspirado pelos poemas de fernando pessoa e logo depois pelos concretistas paulistas. fui arrebatado pela poesia concreta e vislumbrei um universo de possibilidades, este universo é o experimentalismo: não ter rédeas para criar, para arriscar. não seguir rótulos, tendências, a não ser a única tendência de não ter tendência alguma.


ser poeta
- ausência de evidência ou evidência da ausência? (carl sagan) eis a resposta ou a falta dela! uma linguagem, uma descrição por meio de linguagem poética: signos serão ícones e ícones, proposições. poesia e escrita desvinculam-se quando se descobre outras formas de linguagens. poesia é poesia, e linguagem o seu instrumento, quando não for objeto da própria poesia (metalinguagem). poesia é autônoma, etérea: poetas não fazem poesia, mas reportam-na. ninguém cria o que já existe, o poeta nada mais é do que mensageiro da poesia, um psicógrafo "vidal" poético; o poeta é aquele que faz a linguagem necessária para conceber o poema, rebento da poesia.
 
fazer poético
- atribuição aos  poemas de características e aspectos físicos do além-texto; tentativa de por fim à dicotomia saussureana entre significante (coisa) e significado (palavra) para atingir a maior expressividade possível, tornando esta relação não mais arbitrária, ou seja, como diz a máxima concretista em que os poemas concretos/experimentais não falam de algo, mas são esse algo. tentativa de fazer da poesia uma realidade em si mesma (décio pignatari).



considerações
- poesia: uma visão metalinguística, a poesia de dentro para fora e de fora para dentro. o que é poesia e o que é ser poeta. comunicação poética, algo esquecido, hoje não se fala mais de estruturas, mas de conteúdos. não há porquês e referenciais, e sim reprodução, mais do mesmo, reutilização e ostracismo, revivals. 

- a poesia precisa ser liberta de formatação carcerária e convencional, é necessário dar-lhe a liberdade que lhe é inerente e essencial. rompimento e novas ideias, experimentações e curiosidade em descobrir e saber, em tentar. curiosity, curiosity (pound).

- a poética não deve ser submetida ao engessamento funcional de vaso depositário de escrita comum, mas ser veículo de ideias, emoções, invenções, criações, ultraje, críticas, irreverências, como postula manuel bandeira: ser o "lirismo dos bêbados" e dos artistas, ser pungente e suave simultaneamente. de alguma maneira transformar e revolucionar, tanto por meio de sua proposição como por sua forma e estrutura. um poema não tem que falar só de algo, mas tentar ser esse algo e ser algo a mais na poesia em geral.


Não sei para onde vou, mas sei para onde NÃO vou: a esquerda não me representa! Não prostituou minha arte à ideologias ditatoriais comunistas!

 
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